quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A segunda filha

  Até meus 9 anos de idade, meus pais tinham apenas 2 filhos: minha irmã e eu. Assim como a ordem dos filhos, eu sempre fui a segunda na vida deles. Eu era a filha que era para ter sido um homem, mas então veio meu primeiro ato de rebeldia: nasci mulher. Infelizmente, os filhos não pararam por aí. Quando eu tinha 8 anos, minha mãe engravidou de meu irmão. Infelizmente, era do sexo masculino, e aos meus 9 anos ela o teve. E então tudo acabou. Fui acusada das piores coisas do mundo para uma criança de apenas 9 anos: inveja e ciúmes. Foi o fim dos tempos para mim, e assim continuou durante o resto da minha vida. O tratamento dos meus pais mudou em relação a mim. Infelizmente, eu não era mais a caçula, agora era a filha do meio, aquela que sempre é retratada como perturbada e rebelde. E, óbvio, eu não iria ser diferente. A primeira homossexual aqui de casa, a primeira pessoa de esquerda, a primeira a levantar a voz ao meu pai, que sempre foi tão autoritário, assim como um ditador.

  Com isso, me tornei o que sou hoje: infeliz. Não tenho certeza dos fatos, mas para mim, nunca serei escolhida. Se meus pais, que me conhecem desde meu nascimento, não me escolheram, quem mais faria isso?


sábado, 22 de fevereiro de 2025

Deprimida

 Desde que terminei o ensino médio me sinto mais triste que nunca. Não trabalho, não estudo e nem tenho hobbies, minha vida é um tédio e infelizmente isso me afeta, quando dizem que "Mente vazia é oficina do diabo" é pura verdade, quem diria que uma garota virgem teria gravidez psicológica aos 18 anos, não vejo a hora de fazer algo da vida, eu não aguento mais viver.

Leia também

Não sou uma pessoa convencional

      A um mês atrás vi um vídeo que discutia sobre a relação estabelecida entre os filósofos existencialistas, Simone de Beauvoir e Jean-Pa...