Shein, Aliexpress, Temu e Lojas de departamento, tem uma coisa em comum além dos preços acessíveis, ─ muitas vezes nem isso ─ a grande variedade e volatilidade de produtos, ou em outras palavras, o Fast fashion. Assim como na internet, onde os memes perdem a graça de uma semana para a outra, na moda não seria diferente. Em tradução literal, a moda rápida é uma forma que foi encontrada de acompanhar as novas tendências, e obviamente não seria saudável para o mundo, além da escassez de recursos naturais, o fast fashion produz muitos resíduos.
"Colonialismo tóxico: territórios em sacrifício e crise ecológica pela contaminação", é um artigo escrito por Daniel Prieto Sánchez, que cairá muito bem para falar sobre Fast fashion. O artigo apresenta o termo colonialismo tóxico, onde discorre sobre a crise ecológica que países Africanos sofrem por conta do descarte ilegal, que países do norte mundial fazem sobre esses locais.
"Segundo Dupuy (1980), a produção de demanda de mercadorias subordinada ao capital constitui uma chave essencial para a reprodução dessa crise. Isso subjaz às práticas de obsolescência percebida que complementam a formação da demanda social por bens para atender a necessidades fictícias, alavancadas pelo marketing que radicalizam sua natureza fetichista, a alienação do processo de trabalho e a formação de subjetividades individualistas (Mészáros, 2011; Valencia-Orrego, 2023). Sóliz (2017) acrescenta que obsolescência percebida é caracterizada pela "indução, pelo capital, da necessidade de acelerar os padrões de consumo e descarte, mesmo quando os bens adquiridos ainda são perfeitamente úteis""
Os Estados Unidos, é um país que constantemente é citado quando se é discutido sobre, algo que ao andar pelas ruas é notado: o descarte de móveis que muitas vezes estão em ótimas condições de uso. Como é dito no texto "indução, pelo capital, da necessidade de acelerar os padrões de consumo e descarte, mesmo quando os bens adquiridos ainda são perfeitamente úteis", algo que já foi usado como padrão de país desenvolvido "você percebe que um país está virando desenvolvido quando móveis novos começam a aparecer pelas ruas" ouvi isso uma vez em um vídeo do Tiktok, ligando desenvolvimento muitas vezes com um consumismo desenfreado. E na moda não seria diferente.
Não podemos esquecer do queridinho do capitalismo, o fetichismo da mercadoria. Termo desenvolvido por Marx, "o fetichismo da mercadoria foi lido simplesmente como representações falsas produzidas na produção capitalista que ocultam o verdadeiro aspecto dessa produção". No contexto do fast fashion, o fetichismo da mercadoria se manifesta quando o consumidor não valoriza/ignora/esquece que para esse produto estar ali, ele passou por um processo de produção, onde muitas das vezes, é um processo que põe em jogo a saúde de muitas vidas, como por exemplo: as milhares de crianças que deixam de ir para a escola, para trabalharem na indústria têxtil em Bangladesh.
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