sexta-feira, 25 de julho de 2025

Fast fashion: o maior inimigo da individualidade e do meio ambiente

     Shein, Aliexpress, Temu e Lojas de departamento, tem uma coisa em comum além dos preços acessíveis, ─ muitas vezes nem isso ─ a grande variedade e volatilidade de produtos, ou em outras palavras, o Fast fashion. Assim como na internet, onde os memes perdem a graça de uma semana para a outra, na moda não seria diferente. Em tradução literal, a moda rápida é uma forma que foi encontrada de acompanhar as novas tendências, e obviamente não seria saudável para o mundo, além da escassez de recursos naturais, o fast fashion produz muitos resíduos.

    "Colonialismo tóxico: territórios em sacrifício e crise ecológica pela contaminação", é um artigo escrito por Daniel Prieto Sánchez, que cairá muito bem para falar sobre Fast fashion. O artigo apresenta o termo colonialismo tóxico, onde discorre sobre a crise ecológica que países Africanos sofrem por conta do descarte ilegal, que países do norte mundial fazem sobre esses locais. 

"Segundo Dupuy (1980), a produção de demanda de mercadorias subordinada ao capital constitui uma chave essencial para a reprodução dessa crise. Isso subjaz às práticas de obsolescência percebida que complementam a formação da demanda social por bens para atender a necessidades fictícias, alavancadas pelo marketing que radicalizam sua natureza fetichista, a alienação do processo de trabalho e a formação de subjetividades individualistas (Mészáros, 2011; Valencia-Orrego, 2023). Sóliz (2017) acrescenta que obsolescência percebida é caracterizada pela "indução, pelo capital, da necessidade de acelerar os padrões de consumo e descarte, mesmo quando os bens adquiridos ainda são perfeitamente úteis""  

    Os Estados Unidos, é um país que constantemente é citado quando se é discutido sobre, algo que ao andar pelas ruas é notado: o descarte de móveis que muitas vezes estão em ótimas condições de uso. Como é dito no texto "indução, pelo capital, da necessidade de acelerar os padrões de consumo e descarte, mesmo quando os bens adquiridos ainda são perfeitamente úteis", algo que já foi usado como padrão de país desenvolvido "você percebe que um país está virando desenvolvido quando móveis novos começam a aparecer pelas ruas" ouvi isso uma vez em um vídeo do Tiktok, ligando desenvolvimento muitas vezes com um consumismo desenfreado. E na moda não seria diferente. 

    Não podemos esquecer do queridinho do capitalismo, o fetichismo da mercadoria. Termo desenvolvido por Marx, "o fetichismo da mercadoria foi lido simplesmente como representações falsas produzidas na produção capitalista que ocultam o verdadeiro aspecto dessa produção". No contexto do fast fashion, o fetichismo da mercadoria se manifesta quando o consumidor não valoriza/ignora/esquece que para esse produto estar ali, ele passou por um processo de produção, onde muitas das vezes, é um processo que põe em jogo a saúde de muitas vidas, como por exemplo: as milhares de crianças que deixam de ir para a escola, para trabalharem na indústria têxtil em Bangladesh. 


Fast fashion só produz roupa feia


Agora, se você não liga para o meio ambiente e nem para crianças inalando fumaça que faz a expectativa de vida delas cair para a de uma mosca, aqui vão mais motivos para não apoiar o Fast fashion.

    Além de ser corrosivo para o meio ambiente e vida das pessoas. O Fast fashion, trás uma diversidade surreal de roupas para as lojas, o que pode ser "legal" para algumas pessoas, mas quem consome é só mais um manequim de loja, sempre mudando de estilo, sem personalidade e fútil. 
    




    Nenhuma pessoa que se diz autêntica de verdade, consome fast fashion. Entendendo que é a lógica de hamburguer de Fast food: ninguém quer comer, porém é mais acessível que um caseiro, mas usando essa mesma lógica, vamos ver roupas de segunda mão como os hamburgueres da esquina, não são tão saborosos quanto os caros, porém pelo menos são quentes, o queijo é derretido e não financiam guerras contra a palestina. 
    O processo de autenticação é bem longo, porém trás uma satisfação surreal, frases como "eu não tenho nada para vestir" são quase que excluídas do seu vocabulário quando você está em total satisfação com suas roupas, acredito que não é sobre quantidade, e sim sobre insatisfação, você nunca ficará feliz com o que tem se continuar seguindo tendências.

Sem contar que roupa de fast fashion nunca é de algodão.

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