segunda-feira, 26 de maio de 2025

Vidas passadas: passado, presente e futuro

     Como muitos sabem, meu filme favorito é Vidas Passadas, esse texto será uma análise sobre o filme e a vida que levamos no mundo contemporâneo, sobre dificuldades de seguir em frente em algumas situações da vida.

    Em primeiro lugar, vamos falar sobre o que se trata o filme: "Nora e Hae Sung, dois amigos de infância profundamente conectados, se separam depois de uma mudança. Duas décadas depois, eles se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas" essa é a sinopse do filme, mas aprofundando um pouco mais. Nora, é uma garota coreana que tinha esse amigo, Hae Sung, após Nora passar por uma emigração da Coreia do Sul para o Canadá, e posteriormente passar por outra emigração, do Canadá para o Estados Unidos, mais especificamente, Nova York, então, se começa a narrativa, no qual Nora está buscando pessoas de seu passado nas redes sociais, junto de sua mãe, e descobre que seu amigo de infância, Hae Sung, também estava à procura da mesma, o sentimento de reciprocidade começou a crescer ali, mas logo em seguida me vem a pensamento. A tristeza de que algo poderia ter sido algo, é maior do que o tristeza de que algo que não foi vingado, e o filme faz a história entorno disso. 

    Hae Sung, tem uma vida coreana, de um homem coreano, ele mora com os pais, algo que é bem coreano, como Nora diz no filme. O que difere Na Young (atual Nora) de Hae Sung? E eu os digo, ter sido tirada de ser local de nascença, sabemos que Nora ainda se sentia presa no passado quando se deu a primeira (e última) chance de se relacionar com Hae Sung, 12 anos após sua emigração, e deu um basta quando escolheu ficar com seu marido, Arthur, posteriormente quando Hae sung visita Nova York. A vida de uma emigrante (de um país ainda por cima asiático) não deve ser fácil, a ponto da mesma saber que não poderia ter o privilégio de se manter um sentimento de duas décadas erguidos por tanto tempo, como Hae sung o fez, ela sabe o que sofreu para estar ali, por qual motivo arriscar tudo, por um sentimento que fazia parte de você quando seu nome não era nem o que sua mãe à chama atualmente, seria o certo? Mas por quê o sentimento de um "quase" é mais forte do que algo que deu errado?

    Durante o filme, Hae sung se relaciona com uma garota na China, mas fica bem nítido que a falência do seu namoro, doía menos do que sua "crush" de infância estar casada, esse sentimento se dá pela ansiedade de que algo poderia ter sido grande, e não foi por quaisquer motivos, que no filme seria a emigração de Na young, mas diante desta situação, o que nos garante que essa relação teria dado certo, porém nada nunca será concreto quando se trata desse assunto. É bem claro os motivos pelos quais Nora teve a capacidade de engolir o choro e seguir em frente, ela já não era mais a mesma a muito tempo, no momento em que foi tirada de seu país de origem, tudo mudou, amadureceu quase que forçada, e não era mais coreana, como ela mesmo diz no filme.

    Logo, podemos concluir que a vida está repleta de "e se", mas nós como seres humanos maduros, devemos saber lidar com o passado e o presente, assuntos devem ser encerrados mas muitas vezes não podem, nem por isso nossa vida irá girar entorno deste ponto específico de nossa trajetória que deu errado. Past Lives é um grande ensinamento de como devemos lidar com questões passadas.



    

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