Acabei de ver o filme mais triste da minha vida, apesar de já ter chorado muito com Past Lives da Celine Song (quem me conhece sabe que amo muito esse), acho que We made a beautiful bouquet vai além da tristeza de um filme com final triste, ele atravessa a tela do computador e começa a ser mais sobre você do que os personagens em si. Com certeza não seria o filme que mais amo por eu saber assumir quando um filme é bom apenas por ser (Past lives) e quando ele é apenas por eu me identificar com a história, que é o caso desse.
Esse filme me fez questionar coisas sobre a vida:
EXISTE AMOR ETERNO?
Será que o consumo constante por mídias que pregam o amor eterno não esteja necrosando nossos cérebros e que na verdade o amor se da pela convivência de dois seres humanos juntos? Ou será que realmente existe esse amor? Acredito que se esse amor realmente existir, poucas pessoas são escolhidas para recebe-lo. Não que exista uma pessoa lá encima designando esse amor para as pessoas, mas casamento nunca foi sobre estar apaixonado (sim, estou falando sobre amor romântico e não o qual temos por pessoas a nossa volta (que é lindo demais)) mas sim sobre compromissos com a vida, antigamente casamento era sobre dar e receber, hoje em dia deve ser sobre se tornar adulto e alguém respeitável. Então me veio o questionamento "O amor existe de fato, ou a paixão dura até certo ponto e a partir disso se torna sobre o quanto conseguimos conviver com quem convivemos".
No filme mostra a história do casal, okay, pareceu algo lindo, duas pessoas que não se encaixavam na sociedade se encontrando e percebendo que poderiam dar certo, mas será que ali era amor? se for para por na mesa e dizer algo, eu diria que eles eles apenas encontraram alguém tão esquisito quanto eles mesmos, mas vem ai o questionamento. O que exatamente é o amor? porquê se aquilo que eles tiveram não foi amor, o que foi? e o que uniria duas pessoas além dos seus gostos em comum e sua convivência? pois a partir do momento que eles pararam de ter seus gostos igualmente compartilhados, o suposto amor deles "acabou", talvez seja uma palavra muito forte, "acabar" será que foi isso que realmente aconteceu?
No meu ponto de vista, ele tinha seus sonhos que foram desmanchados no momento em que ele teve sua mesada cortada, então percebeu que se quisesse continuar junto dela teria que arranjar uma renda fixa (capitalismo kk) e ela não pensou diferente, foi e fez o mesmo, mas diferente dele, ela não se deixou levar pelas coisas ruins que uma rotina pode trazer para vida de uma pessoa, enquanto ele já não tinha mais visão de futuro para os dois, que dizer, ele tinha, mas não era para a real pessoa que ela era, era apenas para a namorada dele, ele teria essa visão com qualquer mulher, porquê daquele tempo em diante ele só casaria com ela para formar finalmente uma família assim como as outras, não porquê tinham gostar parecidos, ou não se amavam, ali não era mais o que eu chamo de amor, ali era convivência. Por conta disso que me vem a pergunta, será que o amor existe? e se existe, será que dura para sempre?
Se ele não dura para sempre tal qual o protagonista diz no filme, será que faz sentido eles terem rompido? porquê se o suposto amor seja sobre convivência, ela não vai achar o que tanto procura nunca, pois está fadada a uma rotina que fazem as pessoas questionarem se são humanas ou mais uma pessoa substituível no mercado, o filme mesmo deixa isso claro com o ocorrido do homem jogando o caminhão no rio.
Não sei qual é a lição, talvez seja sobre não deixar a rotina levar seus gostos, seu amor e sua vida por água abaixo, e infelizmente ele percebeu isso tarde de mais, acho que o término fez sentido, nem tudo da para ser consertado, e ela percebe que mesmo que ali existisse um futuro, não era o que ela buscava como alguém cheia de personalidade.
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