terça-feira, 7 de outubro de 2025

Não sou uma pessoa convencional

     A um mês atrás vi um vídeo que discutia sobre a relação estabelecida entre os filósofos existencialistas, Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. O vídeo levantava como a relação deles, em resumo, não era convencional ─ Nunca tendo se casado ou sequer dividido o mesmo teto, eu concluí que era isso o que eu queria, e percebi também que se eu quisesse isso teria de enfrentar as consequências desse estilo de vida. No atual momento, eu afirmo para todos, que namoros não me apetecem mais, pelo menos não do mesmo jeito que era antes dessa minha experiência de um ano namorando. Apesar de ninguém nunca ter verbalizado a ideia, eu sei que acreditam que o sentimento do momento é um reflexo de como reagi ao meu antigo namoro, mas que futuramente, se eu ainda me manter firme sobre relacionamentos, eu serei julgada, julgada por não querer ninguém me domando, de ter que deitar por convenções socias estabelecidas por Deus sabe quem, não querer casar, não querer ter filhos, na vida adulta isso muda, na vida adulta, sendo mulher, casamento vira pauta mais do que nunca, e isso me deixa ansiosa desde já. Quais são as probabilidades de estabelecer uma relação tão boa com alguém mas sem seguir regras impostas por outros? Quase que nulas, sou certa disso. Sei que quando minhas amigas forem ficando velhas elas vão começar a achar que eu devo encontrar alguém, se não acham já, já que sou rebatida várias vezes sobre como estou buscando alguém, atenção, não estou. E isso parece quase que impossível dizer para as pessoas, pois acreditam fielmente que só existe felicidade estando com alguém, romanticamente, ao seu lado. Quando meu ex namorado terminou comigo, ele me perguntou, pelo que me lembro, de ele havia me deixado triste ou de certa forma, destruído um pouco minha vida (foram em outras palavras, mas não recordo agora), e eu disse que minha vida piorou depois que comecei a namorar, mas nada disso era culpa dele, e que eu, já era um erro muito antes de namorarmos. Com isso, eu posso concluir que namoros só são para quem não espera nada grandioso deles, eu não espero, e com isso, a falta de vontade vem junta. Pessoas vivem compartilhando seus problemas comigo, coisa que já fiz antes quando namorei, e eu deveria me sentir atraída por isso? O que nessa relação horrível eu posso tirar de bom? Sexo? Pois eu sinto que é a única coisa que meus amigos não podem me proporcionar, pelo menos meus atuais amigos. Ficar se lamentando como a vida é ruim e não poder dizer NADA, isso é demais para mim, isso não parece fazer parte de algo que desejo, pelo menos não agora. Meus pensamentos sobre namoro são muito além da casca criada sobre tal tema, não quero ficar me lamentando disso porque pelo menos tem aquilo, porque no final, aquilo realmente vale a pena o suficiente para eu aguentar "disso"?

sábado, 4 de outubro de 2025

Recentemente, você me perguntou por que tenho medo de você

 Recentemente, me perguntaram porque eu queria tanto morrer, ou deixar de existir, na medida em que existir desde o começo é o que me incomoda. Porém, de princípio, não tive resposta, apesar de dizer que o que me incomoda é saber que não existe nada de prazeroso na minha vida. Mas hoje, percebi que existe resposta, não só uma resposta como uma culpada, mãe, é você. "[...] acredito que você é completamente inocente em nosso distanciamento. Mas eu também sou completamente inocente." Dizer culpada soa ruim, como se você tivesse intenções ruins sobre mim, "você não me acusa de nada absolutamente indecente ou ruim, mas de frieza, estranheza, ingratidão", entretanto, não existirem intenções ruins, não te isenta de como você me tratou a vida toda, e trata até hoje, eu poderia discorrer sobre todas as vezes que me senti um lixo, e todas as vezes que você me pôs em segundo plano, e ainda põe. Mãe, eu não te culpo, porém você é culpada visto que meu pai é tão isento da minha existência que, apesar da sua impiedade, você ainda consegue superar isso, você pega minha cerne e espreme como se eu te devesse tudo, eu devo?


 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

 Uma água-viva quando morre, vira uma água-viva-morta ou uma água-morta? E o ser vivo, quando perde o sentido da vida, vira um ser vivo morto ou um ser morto?

"Mas vai sair do bolso de quem?" Do seu que não vai

    Com a aprovação projetos como: Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, Auxílio gás e Conta de luz gratuita. O discurso ecoa é "Mas vai sair do bolso de quem?" Do seu que não vai. É muito fácil, quase que natural, comprar a população brasileira com tal discurso, quando, ser assimilado a uma classe mais baixa é tido como ofensa desde que aqui reinou a escravidão. Ademais, é quase que uma tática da burguesia por o pobre como burguês também, como dono de si, como gente como a gente que tem de batalhar contra os males da sociedade, as vezes alguém mais pobre, as vezes minorias sexuais, e as vezes minorias étnico raciais ─ depende do contexto que se é empregado. Porém, como eu disse uns posts atrás, quem deve ser combatido atualmente, são as pessoas que estão em vulnerabilidade social, por agora, a direita adotou tal discurso ─ Quem te fode é quem pega auxílio gás, quem não contribuí com o IR, quem ousa ser mais pobre que você e pega bolsa família, é o pobre contra o mais pobre, se dividam, se separem pois se vocês se unirem já era, vão notar, vão perceber que quem te fode mesmo é quem paga o imposto de quem ganha menos que alguém de classe média, porém ganhando mais que uma população inteira.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Até onde vai a moda e começa a breguice

    Recentemente, fiz um post falando sobre a volta do sapato creeper, como eu achava que ele voltaria a ser tendência, e hoje, a revista ELLE me notifica com a seguinte noticia: Voltou? O sapato creeper, símbolo do punk, está na mira da moda,  então, fui contar para minha irmã, que disse: "É muito bom quando algumas coisas voltam para moda, o povo para de usar porque passou a modinha, mas tem tanta coisa bonita que depois fica brega", o que me abre o questionamento: Breguice é relativa, será mesmo?
    Meu estilo, talvez, mire bastante na moda 2006-2010, calças baixíssimas, lavagem vintage no jeans, batinhas, sapatos plataforma, regatas estampadas e cintos chamativos ─ a moda da época. Mas como eu digo, a moda da época, mas não é mais a de hoje em dia, certo? O Y2K (year 2000) surge como uma forma de trazer esse estilo dos anos 2000 de volta, de uma forma falha, claro, até porque tenta refletir em algo longe da realidade das ruas e mais longe ainda da realidade brasileira. 
Bebel de A grande família
Acredito que a Bebel de A Grande Família reflita diretamente como era, não só a moda da época, mas a moda brasileira da época. Porém, hoje em dia com a globalização, o conceito de passado acaba por se misturar não só com outras culturas, maioria das vezes americana, como também, uma forma performática da coisa ─ exagerando, algo que além de não ser da nossa cultura, não era a realidade de ninguém, nem aqui e nem em nenhum lugar fora dos palcos das divas pop e dos filmes da Disney. 
    O que é a breguice se não a passagem de algo que já foi a moda para algo que caiu no esquecimento, mas não daqueles que não se curvam para o lifestyle capitalista? O Boho, o punk, o gótico e a moda anos 2000, são a base de várias estéticas e formas de se vestir que vemos hoje, mas que os mesmos são alvos rotineiramente de ataques pela excentricidade de seus estilos e subculturas. 
Nos questionamos com um frequência absurda de vezes "por que vestíamos isso?", porque era a moda da época, do mesmo jeito que você ouvia rap 1KILO e hoje em dia ouve pop água de chuchu, do mesmo jeito que você achava lindo tênis prata metalizado e hoje em dia usa sapatilha tabi, que logo, daqui um futuro não tão distante, vai ficar passado igual esse Labubu e esse Gloss da Franciny Ehlke que você pendura nessa sua bolsa imitação de uma Birkin comprada da Renner por 180 reais, porque a moda agora é parecer a Jane Birkin. Tudo vai passar, e tudo vai ficar brega daqui 1 ano, então seremos excêntricos, o mundo não aguenta mais essa passagem de modas.

 Quero jogar palavra cruzada deitada num peito peludo

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