Quando eu era criança, era encapetada, na pré-adolescência, fui rebelde, agora sendo adolescente, sou o anti-cristo. Durante minha vida toda, tive esses pequenos títulos que escondiam um pouco de verdade. Fui amaldiçoada com um pai de direita, uma mãe que não tem voz e uma irmã que tem opiniões de um seguidor da Choquei ─ óbvio que em algum momento esses títulos cairiam sobre mim.
Me questiono frequentemente sobre falar a verdade ─ essas duas palavras parecem virem carregadas juntas de pessoas ruins, mas prometo, que meu ponto é mais fundo. Minha vida foi somente possível porque meu pai, nos sustentou desde o nascimento ─ tanto o meu, quanto da minha irmã e irmão ─ então, nossa gratidão deveria ser eterna, como uma divida. Em um país, onde a maioria das pessoas não tem assumidamente um pai, ter um nos faz obrigatoriamente gratos. Mas, e quando esse pai faz a vida da sua mãe infeliz, estressa sua irmã, faz seu irmão de 9 anos ficar com raiva, e quase te deserdou uma vez ─ será que esse pai é bom mesmo? Depois, desse breve resumo sobre a figura, consigo dizer porque me considero alguém tão ruim.
Frequentemente, eu, minha mãe e irmã entramos em um diálogo fervoroso sobre meu pai ─ principalmente agora que nos mudamos ─ mas algo que me vejo encarando junto dos diálogos, é o choque da minha mãe e irmã sobre meus comentários, diferente das duas, não sou religiosa, e os dizeres do ser eterno que está lá encima não caem sobre mim, então não tem nada que me impeça de dizer de boca cheia "eu quero o divórcio de vocês", segundo minha irmã, é feio dizer isso por eles serem meus pais. Mas e quando a religião e "a moral e os bons costumes" não são algo importantes para mim? Será que ainda tenho a obrigação de me por numa caixinha que deveria ter sido aberta há muito tempo?
O título de anti-cristo, por essa vez não foi dado por nenhuma das duas como os anteriores, porém, diante a esse cenário, me sinto constantemente contra a religião após dizer que queria essas coisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário