sábado, 27 de setembro de 2025

Um ano de Tete's mind

Ontem, ou talvez hoje já que não fui dormir ainda, o blog fez um ano. Estou muito feliz e grata, apesar do blog ser visto apenas por poucas pessoas, em geral meus amigos – esse lugar se tornou uma marca registrada do que sou hoje, agora consigo ver minha escrita em evolução e os temas que trago para o blog, mais bem desenvolvidos, obrigada quem acompanha!!!!

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Como a direita utiliza das pautas que frequentemente são alvos de ataque pela própria direita

     Recentemente, falei da hipocrisia da direita e hoje me deparo com isso. Pondo de lado por agora o conteúdo principal da notícia, o foco, o tal do "assistencialismo" que a direita diz que o governo mantém com a população, queria poder focar um pouco nas últimas palavras, "professores e profissionais da educação". Se você tem olhos atentos, como senhorita Bira já dizia, você sabe da opinião da extrema direita sobre professores, um vídeo que vi um tempinho atrás, trás isso da forma mais nua e crua.
A direita vê professores como inimigos, sabem da sua ameaça caso a população, os jovens, se politizem, deixarão de seguir os dizeres direitistas, não é atoa que no meu último ano de ensino médio, já não existiam matérias como filosofia e sociologia, pensar é o maior medo da direita, eles não querem que as pessoas se revoltem; então atacam corriqueiramente os professores, as escolas e universidades. Mas hoje foi diferente, hoje decidiram abraçar a causa somente para irem contra outra, a assistência social, pauta que vem sido atacada frequentemente pela direita, pela própria população que muitas vezes é pobre também, a direita atua assim, para manter um povo unido é necessário um inimigo em comum, e o inimigo da vez é o pobre que pega bolsa família.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Como o algoritmo molda nossos gostos e a forma que consumimos

     Alguns meses atras, publiquei no meu Instagram como um estilo de bijuteria/joia estava me atraindo, mesmo eu consumindo isso somente pelo Pinterest, mas como posteriormente eu descobri, pelo Tiktok, que estava entrando na moda ─ não sei como isso evoluiu porque eu desinstalei minhas redes.  Ademais, ontem falei para minha amiga, que quando eu ganhasse minha maquina de costura, faria algo de bolinha, a mesma que detem a mesma estética que eu, disse que estava na moda, e eu pensei como o algoritmo é incrível pois, as únicas redes de fato SOCIAIS que utilizo, é o Twitter e o Substack, além deles, somente o Pinterest. Mais recentemente, vi pessoas no Substack dizendo como o Pinterest virou mais uma rede de comércio, mas não de uma forma convencional, como ele sempre foi, mas algo bem menos orgânico, disparando anúncios de uma forma pouco sorrateira. Então, assimilei esses dois fatos: Anúncios e Desejos, daí entrei no Pinterest, na minha página de entrada depois de algumas scrolladas, me deparei com eles, três anúncios de saias de bolinha, um COTTON-ON e dois da SHEIN. 

    Em primeiro lugar, é fundamental entender que o algoritmo, apesar de ter caído na boca do povo que nós o moldamos, é uma forma de comércio, moldamos na medida em que ele nos permite molda-lo, se consumo moda, me será apresentado as novas tendências de vestimenta, e com isso, como conseguirei obtê-las, por meio de anúncios que nos instigue a compra-lo. Modelos, e formas de fotografar "aesthetics", é o novo formato que vende, apesar do Clean girl ter virado sinônimo de coisa ruim atualmente, o minimalismo e a magreza extrema são marcas registradas nessa forma de divulgar as novas tendências, marrom, off-white, branco e preto, sem cores extravagantes demais, um bracelete aqui, uma argola lá, um pouco de Sade core ali.

Como as novas tendências visam a autenticidade, mas esvaziando a palavra?

    Atualmente, vejo uma demanda na moda baseada no conceito que eu quis chamar de falsa autenticidade, esse conceito consiste em tendências que se baseiam no desejo próprio, o estranho, o diferente, mas que no final, de diferentes não tem nada. Sapatos Tabi, meias calça coloridas, sapatilhas, saias de bolinha, são só alguns exemplos dessa nova estética ─ não vamos mentir, isso fora de internet ainda é diferente, mas quero delimitar no âmbito digital ─ que se acha diferente, mas segue um fluxo de necessidade de ser diferente. No Substack isso virou tópico recentemente, que acredito se encaixará bem no que tento trazer aqui hoje, textos ensinando meninas a como serem interessantes, de certa forma, autênticas, fora da linha, e naquilo que por muito tempo fez parte do modo de vida das meninas, não ser como as outras garotas. E como isso, que de início foi uma forma de estilo contrário, se tornou, ainda que relutantemente, um Core, o #weirdgirlcore.

Como o algoritmo ajudou para a criação da falsa autenticidade. 

    Muito se falou sobre a garota que afirmou que jamais poderia ser clean girl, pois era maximalista demais, eu digo que esse foi o ponto de partida para o início do ódio ao clean girl e a criação do weird girl core. Além disso, o algoritmo entendeu como essa estética estava passada, logo deu partida a criação de novas formas de expressão, que agora buscam o contrário, o autentico, a não padronização, assim como nos anos 80 usavam muita maquiagem e nos anos 90 usaram pouca maquiagem, na moda e no século 21, isso transita de uma maneira muito menos orgânica, não de uma década para outra, e sim de um ano para o outro. De modo que, cores diferentes e formas diferentes, começaram a voltar a moda, tal como 2020, mas dessa vez, de uma forma ainda minimalista, inteligente, diferente mas com um toque de que aquilo foi feito para mim, por mim e que nada além de mim, me influenciou, mas somente quem está por dentro disso, acredita, de forma fiel, que tudo isso é orgânico. E esse é o ponto, organicidade não existe, não existe mais nada genuíno, tudo está encharcado de ideologia, como já dizia Senhorita Bira.

Concluindo.

    A saia de bolinha foi só uma comprovação, de como nada mais nesse mundo vem do gosto próprio, que como, mesmo fora da redes, estamos expostos a influência das grandes mídias sociais, como o algoritmo é conveniente demais, é genuíno demais, nos faz acreditar que desejamos coisas como desejamos um ovo da páscoa de pistache, mas assim como o ovo de páscoa que você só desejou porque viu no Instagram alguma confeitaria anunciando, as "saias de bolinha" também são desejadas por causa da enxurrada de anúncios de lojas, fazendo você desejar de forma voluntária e sincera.


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Interações me afligem

 Eu queria fazer conexão telepática com quem troco palavras, olhares, interações. Não saber o que represento para o mundo me aflinge. Eu não desejo sumir, mas existo de uma forma tão forte e tão presente que sinto que cheguei ao pico mais alto de minha vida, não existe passado nem futuro, então o que existe além do agora, me resta algo além da ansiedade que é conversar? 

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

A conveniência e hipocrisia da direita

    Recentemente, a esposa do ex-premiê do Nepal foi morta, QUEIMADA VIVA. A abolição das redes sociais foi o estopim para a revolta da população (jovem), não quero levar essa noticia tão adiante, só queria contextualizar. O atual(ex) governo do Nepal é(era) social-democrata, logo, a direita brasileira ficou super feliz com a revolta da população, principalmente por temas como a regulamentação das redes socias estarem entrando em pauta no Brasil. Então, pessoas de direita comemoraram de uma forma escancarada a morte da esposa do ex-premiê, e no dia seguinte um ativista da extrema direita americana, foi morto com um tiro no pescoço, dessa vez a comemoração foi da esquerda.
    Mas algo além dessa comemoração por morte, que eu sequer me importo, é como a direita é TÃO hipócrita, eles comemoram a morte de uma pessoa, então alguém de direita morre e são revidados com comemorações, porém agora não pode, pois esse ativista tinha família, e que isso é sadismo etc etc.
    Diante desse MICO, venho aqui afirmar que, a direita é muito conveniente, não só dessa vez, mas também quando Eduardo Bolsonaro usou a cartada dos DIREITOS HUMANOS para falar do que seu pai estava "sofrendo", a direita, ideologia politica historicamente conhecida pela ausência dos direitos humanos, a ditadura militar é um exemplo disso, o que acontece nas favelas todos os anos é exemplo disso, utilizam dos direitos humanos somente quando os convém, direita é hipócrita, direita é conveniente. Bolsonaro ficava dizendo que tinha que fuzilar a petralhada e fazia homenagem a torturador do período da ditadura, e vem Nikolas ferreira dizer que a esquerda está chamando eles de extremista sendo que somos nós que comemoramos a morte de um ativista de extrema direita, pois comemoramos sim, mas não somos nós que temos na conta, anos e anos de assassinatos, de deboches por assassinatos, Marielle Franco é vítima de piada até hoje pela sua morte, e vem esse desgraçado do chupetinha dizer que nós somos os extremistas. 
"Ela tinha uma espécie de talento em se sentir espantada com o mundo e consigo mesmo [...] Entre todas as coisas que surpreendiam Beauvoir, a que mais a espantava era a imensidão de sua ignorância [...]"
No café existencialista, livro por Sarah Bakewell

Simone de Beauvoir


Carência de pertencimento transforma pessoas pardas/negras, em "indefinido"

Chavoso da USP - Thiago Torres
     Hoje estava vendo um vídeo do Chavoso da USP, e notei que a tonalidade da nossa pele é parecida, ─ pelo menos quando mantenho uma rotina fora de casa, atualmente estou com cor anêmica ─ e o que me fez abrir o notebook para blogar sobre isso, é o fato do Thiago se classificar como negro, enquanto eu tenho crises de noite por medo de, se caso, eu passar na faculdade, ser rejeitada enquanto parda. E isso faz com que eu me questione, se eu tivesse tido uma vida próxima da negritude, eu seria negra?
    No artigo, "O paradoxo da miscigenação: identidades, desigualdades e percepções de discriminação entre pardos brasileiros." escrito por Graziella Moraes Silva e Luciana T. de Souza Leão, elas dividem a auto classificação de pardo em três partes: Negros-pardos, Pardos-negros e Pardos-pardos. Onde juntaram grupo de pessoas que resultou na conclusão dessas três classificações.

Negros-pardos:
"Indivíduos que espontaneamente se identificaram como negros, mas se classificaram como pardos de acordo com os critérios do IBGE. Para esse grupo, a identificação como negro é vista como uma opção ou como resultado de um processo de conscientização, e a identificação como pardo é vista quase como um fato objetivo. Nesse sentido, muitos entrevistados justificaram sua identificação racial como pardo, pois era a cor presente na certidão de nascimento, outros fizeram alusão à cor da pele para relatar que “não eram tão pretos/escuros assim”, outros ainda destacaram o fato de terem um dos pais brancos."

Pardos-negros:

"Em muitos sentidos esse grupo de entrevistados aproxima-se dos pretos-negros da classe trabalhadora. Para ambos os grupos a identidade racial só é problematizada em momentos de discriminação racial. A experiência de discriminação racial faz com que os dois grupos se aproximem ao se sentirem estigmatizados em oposição aos brancos. Uma hipótese para interpretar esse dado é que o repertório disponível para se falar de discriminação racial no Brasil faz uso do termo negro, e não dos termos pardo ou não branco. Dessa forma, ao falarem sobre discriminação, ou definirem sua identidade racial a partir da discriminação, os entrevistados que inicialmente se identificaram como pardos, passam a se ver como os negros."

Pardos-pardos:

"Entre os entrevistados que se definem como pardos-pardos, é possível notar certa resistência à identificação como negro – o que poderia ser interpretado como um suporte para a tese sobre a alienação dos pardos presente na literatura. No entanto, de forma mais consistente entre os nossos entrevistados, o que identifica esse grupo é a percepção de que não sofrem discriminação racial."

Em resumo, o que une negros-pardos-pardos-negros, é assumir que existe descriminação, e como a descriminação está amplamente ligada a negritude, se identificam como negros, além de um fator que seria a classe social, negros-pardos e pardos-negros são pessoas que muitas vezes ascenderam socialmente, e sentiram na pele que está entre brancos faz deles negros, pois para um racista não existe muito negro e poucos negro, existe apenas aquela cor que ele considera inferior a sua. Enquanto pardos-pardos, acreditam que não existe racismo com pardo, e a classe social deles é em sua maioria pobre.

"Em suma, para o grupo de pardos-negros, ser pardo está relacionado com a cor da pele, o registro da certidão de nascimento, ou ter um dos pais brancos – é quase um fato objetivo. Ser negro, por sua vez, está associado a ser discriminado e a reconhecer os episódios de discriminação racial. É exatamente a ausência do reconhecimento da discriminação racial que separa o grupo de pardos-negros do próximo grupo que identificamos, os pardos-pardos." 

    Agora voltando para meu caso, me faz pensar, eu não nego o racismo, mas será que consigo apontar ele, pelo menos comigo? Se eu pudesse me encaixar dentro de alguma dessas três classificações, eu seria parda-negra, sabe aquele senso negro de que você não pode fazer nada suspeito, e que deve sempre sair arrumado de casa? Sinto que carrego isso comigo, de que forma isso poderia ter sido passada para mim ─ minha mãe mesmo não sendo ligada a cultura negra, e se dizendo de direita, tem total noção da descriminação. Quando eu estudava em escola particular ocorreram duas situações comigo, a de zoarem meu nariz por ser largo e de zombarem meu cabelo, mas criança reproduz o que aprende, ou dentro de casa ou na rua, e naquele momento eu era negra, despenteada e do nariz de batata. A convivência com pessoas brancas me deixou mais parda-negra que nunca, mas ainda sei que onde habito, posso ser lida como paçoca, morena, café com leite, e isso é o que me amedronta sobre cotas.

    A importância de unir forças pardas e negras vai além da militância do twitter, pessoas pardas sofrem racismo sim, medir quem sofre mais e menos preconceito é fazer competição de quem sofre mais, no final, ninguém ganha.

 A pessoa, muitas das vezes, pode ser parda e se sentir uma pessoa negra, você tá de acordo comigo? É só ter uma pessoa mais clara que ela que ela vai se sentir negra [encarregado de serviços gerais, 51 anos].

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

ESTAMOS FELIZES

 Hoje dia 11 DE SETEMBRO DE 2025,  o EX-PRESIDENTE DO BRASIL, JAIR MESSIAS BOLSONARO foi CONDENADO, PORRAAAAAAAAAAAAAAAA

Pessoas legais só tiveram criações diferentes da norma

   Estava pensando hoje, depois de ver um post no substack do filme Amelie, e lembrei de um vídeo do YouTube que vi a uns meses atrás. O vídeo em si era mais uma piada, e eu sequer terminei de ver, mas o tema era como Amelie era "sigma", diferente de todos, e isso, pelo menos da minha parte, é algo de se invejar, não necessariamente essa parte "sigma", isso já é tosquisse, mas a personagem em si, é admirável, mas o que desperta essa interesse sobre ela?

  Quero falar isso enquanto brasileira, não tenho noção do resto do mundo, então direi algo que tenho um pouco mais de noção, porque pelo menos tenho algo que ninguém pode arrancar de mim, a vivência. Amelie uma garota que foi impedida de frequentar a escola por ser diagnosticada com um problema cardíaco, que sequer era verdade, com isso, a mesma desenvolveu uma certa autonomia, e outras coisas que compõem sua personalidade. Mas enquanto mulher brasileira, isso é algo fora da minha realidade, a protagonista é totalmente autonoma, não liga para nada nesse mundo, e com isso carrega um ar de única, está ai, única.

  Consigo afirmar que o que torna esse filme interessante além da trama, é a protagonista, mas não porque é engraçada ou algo do tipo, mas que ela é totalmente invejável, além dos quesitos estéticos ao todo, sua personalidade e algo tão fora do padrão para nós pessoas comuns, alguém fechada mas que mesmo assim carrega consigo uma profundida, autenticidade, humor, tudo que alguém queria poder ter. Acredito então, que grande parte das pessoas que são admiradas é por conta de sua criação, a autonomia e o desdém é algo que pouca gente pode ter, somos seres sociais e quem é um pouco fora da norma é interessante e admirável.

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